Cresce assustadoramente o movimento dos crentes da televisão.
Em se falando de TV e Igreja, para o cristão comum, programas religiosos da televisão apresentam e difundem um entusiasmo acerca da fé pessoal que muitas vezes falta na igreja local.
O perigo aparece quando os telespectadores confundem o entusiasmo da televisão cristã com a mensagem e obra da igreja real (encarnada). Comparada ao brilho da televisão, a igreja local média é embaçada. Seus cultos são chatos, a mensagem parece complexa e confusa. Talvez o mais perigoso é que a televisão provoca uma dependência de experiências representativas. Afinal tudo é calculado milimetricamente: a luz, o som, o tempo de exposição das imagens, tudo.
A igreja da televisão não é vivida numa sala com crianças chorando, adolescentes irrequietos e pessoas sonolentas. Ela acontece num ambiente lindo, muito mais seguro: como uma linda sala de visitas.
Quando se acompanha a igreja da televisão, ninguém lhe pede para participar de cultos domésticos e encontros de oração. Ninguém lhe pede para manter a atenção de uma turma juvenil irrequieta e ávida por novidades. Ninguém lhe pede para preparar refeições para idosos nem para distribuir sopa a moradores de rua.
A única resposta solicitada é a de um cheque mensal de gratidão!
Existe uma forma melhor e mais prática de atingir o mundo em prol de Deus?
Um membro da igreja eletrônica pode facilmente concluir que a resposta é sua contribuição em dinheiro vivo para qualquer megaprojeto, sem jamais questionar se o seu envolvimento pessoal vale mais do que isso.
Afinal, o que diferença fará o serviço solitário de alguém, talvez se pergunte, quando apequenado pelas maravilhas do evangelho eletrônico?
A Bíblia apresenta um quadro realista para a vida cristã, incluindo longas, aborrecidas marchas pelo deserto, humilhantes fracassos, dor e luta.
Essas coisas não ficam bem na televisão - a menos que sejam narradas como um rápido prelúdio resumido da conclusão vitoriosa.
O quadro resultante da igreja cristã como uma alegria sem fim e um sucesso constante pode ser de fato contraproducente, pode atrapalhar.
O telespectador, cuja experiência é diferente, pode começar a sentir-se lamentavelmente inferior, como se de algum modo estivesse perdendo alguma coisa da mágica da fé.
Em essência, a igreja eletrônica é a boca do corpo, mas sem as outras partes.
A Deus toda a glória!
Carlos R. Silva
outono 2013
adaptação de artigo de Philip Yancey em
Sinais da Graça
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