Essa
afirmação vai contra a busca da “realização pessoal” segundo a psicologia,
realização tão difundida e alardeada no nosso tempo.
O
cristianismo apresenta a percepção superior de que a verdadeira realização
acontece não por meio da satisfação do ego, mas por meio do serviço prestado
aos outros.
Quando penso
nas grandes igrejas que visitei, o que me vem à mente não é a imagem de uma
grande catedral, ou de réplicas de templos famosos. Em vez disso penso na
igrejinha de tábua onde os cristãos se reuniam nos finais de semana à tarde por
causa da distância, e não dava vontade de ir embora tal era a comunhão e
interesse de uns pelos outros; penso nos cultos que se realizavam no presídio
municipal onde se podia ver gente sedenta da palavra de Deus e disposta a mudar
de vida.
Nos dias
frios como o de hoje, lembro-me da alegria dos que recebiam um prato de sopa
nas noites de São Paulo, em baixo dos viadutos ou espremidos sob marquises de
prédios.
Se eu passar
a vida procurando a felicidade nas drogas, no conforto e no luxo, ela se
esquivará de mim. “A felicidade foge de quem a persegue”.
A felicidade
virá ao meu encontro de modo inesperado, como um derivado incidental, uma
gratificação surpreendente por algo no qual investi a mim mesmo. E, esse investimento
pode incluir a dor, o sacrifício e doação.
“Perder a
vida” por amor a Cristo é parar de procurar “servir a Deus” achando que isso
significa somente ir à igreja, participar dos cultos, ouvir sermões e
alimentar-se espiritualmente.
“... quando o fizestes a um destes meus
pequeninos irmãos, a mim o fizestes.” Nos consumimos em servir e agradar a
Deus, com “cultos vazios”. Ele está o tempo todo ao nosso lado, ao nosso
alcance: no nosso próximo.
A Deus toda a glória!
Carlos R. Silva - inverno 2013
Carlos R. Silva - inverno 2013
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