"Eu sou a videira; vocês são os ramos.
Se alguém permanecer em mim e eu nele, esse dará muito fruto; pois sem mim vocês não podem fazer coisa
alguma.
João 15:5
João 15:5
Ole Hallesby, teólogo norueguês, expressou
numa única palavra – “desamparo” - o
melhor resumo da atitude de coração que Deus aceita como oração.
“Orar com palavras ou sem
palavras, isso não faz diferença nenhuma para Deus, só faz diferença para nós”,
acrescenta ele. “Só quem está desamparado pode realmente orar.”
Praticamente desde o nascimento
nós desejamos a autoconfiança. Os adultos celebram o fato como um trunfo quando
as crianças aprendem a fazer alguma coisa sozinhas: vestir-se, escovar os
dentes, amarrar os sapatos, andar de bicicleta.
Como adultos, gostamos de pagar
nossas contas, morar na nossa casa, tomar as nossas decisões, não depender de
nenhuma ajuda externa. Desprezamos quem vive à custa de assistência social ou
de caridade. Diante de um desafio inesperado, procuramos autoajuda em livros.
O tempo todo estamos sistematicamente
barrando a atitude de coração que é mais desejável a Deus e que melhor descreve
nosso Universo.
“Sem mim vocês não podem fazer coisa alguma”,
disse Jesus a seus discípulos, um fato que nem querendo podemos negar.
A verdade é: não somos independentes.
Como crianças talvez nunca
aprendesse a ler livros, muito menos escrevê-los, se um professor não se
postasse ao meu lado a ensinar-me e corrigir-me erros de leitura.
Como adulto, confio nos meus fornecedores de eletricidade, gás, combustível,
água tratada, confio que os fabricantes de veículos e concessionárias de
transportes providenciem o meu transporte, que os agricultores produzam os
alimentos que vou consumir, que os pastores me nutram espiritualmente.
Vivemos numa rede de dependência, no
centro da qual está Deus em quem todas as coisas subsistem.
A oração me força a visualizar
minha verdadeira condição. Nas palavras de Henri Nouwen: “Orar é caminhar em
plena luz de Deus e dizer simplesmente, sem restrições: ‘Eu sou humano e tu és
Deus’”.
A maioria dos pais, sentem uma
dor profunda quando o filho supera a dependência, embora eles saibam que essa
evolução é sadia e normal.
Com Deus as regras mudam. Eu nunca
supero a dependência e, na medida em que penso que o faço, me iludo.
Pedir ajuda está na raiz da
oração: o próprio Pai-nosso consiste num conjunto de pedidos (Mt. 6:9-13).
A
oração é uma declaração de dependência de Deus.
A Deus toda a glória!
Carlos R. Silva
primavera 2013
Adaptações e Compilação de textos de Philip Yancey, Ole Hallesby e Henri Nouwen