Então contaram o que os anjos tinham dito a respeito dele.
Todos os que ouviram o que os pastores disseram ficaram muito admirados.
Maria guardava todas essas coisas no seu coração e pensava muito nelas.
(Lc 2.16-19)
Todos os que ouviram o que os pastores disseram ficaram muito admirados.
Maria guardava todas essas coisas no seu coração e pensava muito nelas.
(Lc 2.16-19)
Para uma moça saindo
da adolescência, certamente o que tinha acontecido era estranho demais, porém
grandioso, era forte demais, porém maravilhoso!
E é isso que Maria expressa no seu cântico a Deus, quando tem a sua fé fortalecida pela prima
Isabel:
“Minha alma engrandece ao Senhor e
o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador, pois atentou para a humildade
da sua serva.De agora em diante, todas as gerações me chamarão bem-aventurada,
pois o Poderoso fez grandes coisas em meu favor; santo é o seu nome. (Lc 1.46-49).
Será que já vimos adoração assim, como a que essas palavras expressam?
Aliás, será que, algum dia já adoramos a Deus com tal compreensão e
expressada por palavras como estas?
1. Deus fala de diversas formas e meios
Deus fala!
Se olharmos atentamente para a Bíblia, veremos que Deus constantemente
toma iniciativas para comunicar-se conosco. E são interessantes os métodos
meios que ele usa. Anjos, sonhos, uma jumenta, arbustos queimando mas sem se
consumir, uma coluna de fogo, um dedo escrevendo na parede, e tantas outras
formas mais.
E aqui, no anúncio do nascimento do Salvador, ele usa os anjos novamente.
E como Deus é cuidadoso! De maneira progressiva ele trata dos pastores.
Primeiro ele envia um anjo, que quebra o silêncio das vigílias da noite,
apresenta-se, cercado pela glória do Senhor:
Então um anjo do Senhor apareceu,
e a luz gloriosa do Senhor brilhou por cima dos pastores. Eles ficaram com
muito medo, (Lc 2.9).
Depois de já tranquilos e tendo entendido o que estava acontecendo Deus
envia-lhes toda a hoste de anjos.
No mesmo instante apareceu junto
com o anjo uma multidão de outros anjos, como se fosse um exército celestial.
Eles cantavam hinos de louvor a Deus, dizendo:
— Glória a Deus nas maiores alturas do céu!
E paz na terra para as pessoas a quem ele quer bem! (Lc 2.13-14).
— Glória a Deus nas maiores alturas do céu!
E paz na terra para as pessoas a quem ele quer bem! (Lc 2.13-14).
E hoje, a nós, como Deus comunica-se conosco? Que sinais ele usa?
Deus fala ao nosso coração através da pessoa de Jesus.
Conforme o escritor aos Hebreus:
Há muito tempo Deus falou muitas
vezes e de várias maneiras aos nossos antepassados por meio dos profetas,
mas nestes últimos dias falou-nos por meio do Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas e por meio de quem fez o universo. (Hb 1:1,2).
mas nestes últimos dias falou-nos por meio do Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas e por meio de quem fez o universo. (Hb 1:1,2).
2. Deus fala ao Humilde, ao Atento, ao Quebrantado
De acordo com o profeta Isaías, Jesus é o Ungido do Senhor para pregar
boas-novas ao quebrantado, para proclamar libertação aos cativos. (Is 61.1-3).
Certamente, está em harmonia com esse espírito, que a primeira
proclamação do nascimento do Messias fosse feita a pobres e oprimidos pastores.
Tratava-se de uma classe desprezada. Em sua ocupação, chegavam a ficar
meses longe de casa, da família. Isso tornava difícil observar todas as regras
da lei mosaica - e especialmente as regras de autoria humana que lhes foram
acrescentadas!
Adicionalmente, eram também acusados de conduta duvidosa no cuidado dos
rebanhos que lhes eram confiados.
Por essas razões, eram desprezados e excluídos da companhia da maioria
das pessoas. Ou ainda, eram excluídos do convívio com as “pessoas de bem”.
No entanto, a narrativa de Lucas deixa claro que esses pastores,
a quem pela primeira vez foi feita a proclamação do nascimento do Salvador,
eram diferentes. Eram homens devotos, provavelmente conhecedores da profecia
messiânica e, como Simeão, “esperavam a
consolação de Israel” (2.25). Note como o anjo dirigiu-se a eles:
mas o anjo disse:
— Não tenham medo! Estou aqui a fim de trazer uma boa notícia para vocês, e ela será motivo de grande alegria também para todo o povo!
Hoje mesmo, na cidade de Davi, nasceu o Salvador de vocês — o Messias, o Senhor!
Esta será a prova: vocês encontrarão uma criancinha enrolada em panos e deitada numa manjedoura. (Lc 2.10-12).
— Não tenham medo! Estou aqui a fim de trazer uma boa notícia para vocês, e ela será motivo de grande alegria também para todo o povo!
Hoje mesmo, na cidade de Davi, nasceu o Salvador de vocês — o Messias, o Senhor!
Esta será a prova: vocês encontrarão uma criancinha enrolada em panos e deitada numa manjedoura. (Lc 2.10-12).
E note também sua reação exemplar:
Quando os anjos voltaram para o
céu, os pastores disseram uns aos outros:
— Vamos até Belém para ver o que aconteceu; vamos ver aquilo que o Senhor nos contou. (Lc 2.15).
— Vamos até Belém para ver o que aconteceu; vamos ver aquilo que o Senhor nos contou. (Lc 2.15).
Quando encontraram Maria e José “contaram
o que os anjos tinham dito a respeito dele.” (Lc 2.17).
Então os pastores voltaram para
os campos, cantando hinos de louvor a Deus pelo que tinham ouvido e visto. (Lc
2.20).
E aí nos perguntamos: Por quê, frequentemente as pessoas que têm o
acesso dificultado, condições precárias e outros agravantes são, geralmente, as
mais fiéis?
O que tem acontecido com a Igreja?
O que aconteceu com a nossa adoração?
Será que a notícia a respeito do Salvador ainda causa-nos impacto, ainda
nos enche de júbilo, ainda nos faz desejar a presença do Senhor acima de
qualquer coisa?
Até que ponto Jesus é maravilhoso para nós? Será que é maravilhoso a
ponto de não ser possível evitarmos partilhar essa alegria com todos ao nosso
redor?
A ponto de ele ser o principal assunto das nossas conversas?
A ponto de ele ser a nossa principal ocupação, onde gastamos a maior
parte do nosso tempo?
3. O Nascimento de Jesus é Uma Notícia para ser Ouvida e Guardada com Zelo
Todos os que ouviram o que os
pastores disseram ficaram muito admirados.
Maria guardava todas essas coisas no seu coração e pensava muito nelas. (Lc 2.18-19).
Maria guardava todas essas coisas no seu coração e pensava muito nelas. (Lc 2.18-19).
Maria poderia ter
perdido o eixo, se deslumbrado. Ela poderia ter-se descontrolado pela emoção
dos acontecimentos, mas manteve-se firme e consciente de sua dependência de
Deus.
A mãe do Salvador nem
tinha ideia do quanto mais aconteceria à sua vida e à do filho, fruto do seu
ventre. Não sabia o que aconteceria de bom, nem o que a faria sofrer.
Ela teve a serenidade
de tudo observar e guardar no coração.
Agasalhava dentro de
si as maravilhas contadas pelos pastores.
Aquele nascimento que
mudaria a história do mundo inteiro. Mas não era suficiente apenas ouvir sobre
os propósitos de Deus a respeito dele.
A atitude de Maria
fica bem clara quando lemos numa outra versão da Bíblia:
Maria, porém, entesourava todas as coisas,
ponderando sobre elas em sua mente. (Lc 2.19).
Entesourar não é somente ouvir. Ponderar, não é somente ouvir!
Era preciso guardar a
mensagem no coração, pois os mistérios de Deus são maravilhosos e profundos
demais para passarem somente pelos ouvidos.
4. Não Basta Apenas Ouvir
A razão pela qual
muitas vezes a Palavra de Deus não frutifica em nós e não muda o nosso modo de
viver é que nós apenas ouvimos.
Ficamos animados,
eufóricos, empolgados, mas é bem verdade também que o efeito logo passa.
Hoje o Senhor está
falando conosco. Certamente ele está falando.
Não desperdicemos as
preciosidades que o Senhor está nos revelando deixando que a notícia entre por
um ouvido e saia pelo outro.
Não somente ouvir, não
somente se maravilhar, não somente se empolgar: é necessário degustar e digerir
tudo o que o Senhor nos diz, para depois colocá-lo em prática.
Guardemos tudo no
coração. Com o auxílio do Espírito Santo passaremos então a entender que
grandes coisas o Pai nos reservou.
Nem tudo o que o
Senhor nos diz compreendemos de imediato.
É necessário sair da
superficialidade, meditar com cuidado, sem pressa, com reverência e gratidão.
Só assim as verdades
do Evangelho, recebido com esse maravilhoso presente chamado Jesus, passarão a
ser nosso estilo de vida.
É isso que Tiago certamente deseja quando diz “Sejam praticantes da palavra, e não apenas ouvintes, enganando-se a si
mesmos. (Tg
1:22).
É disso que Jesus está falando quando diz:
Portanto, quem ouve estas minhas
palavras e as pratica é como um homem prudente que construiu a sua casa sobre a
rocha.
Caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram contra aquela casa, e ela não caiu, porque tinha seus alicerces na rocha. (Mt 7:24,25).
Caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram contra aquela casa, e ela não caiu, porque tinha seus alicerces na rocha. (Mt 7:24,25).
Conclusão
Para terem valor, os
tesouros que o Senhor nos transmite precisam ser guardados, manuseados e
aplicados em nossa vida.
Sobre isso, Jesus mais
tarde dirá apropriadamente:
"Se alguém me ama, guardará a minha
palavra. Meu Pai o amará, nós viremos a ele e faremos nele morada. (Jo 14:23).
Que o Natal represente
mais do que presentear: aceitemos o verdadeiro presente Jesus Cristo, expressão
da graça e do amor de Deus por todos nós.
Que o Natal seja
representado por encontros sim, mas principalmente que nos lembre de
reencontrarmos, se for preciso, a fé em Cristo, que para nós é certeza de vida
e vida em abundância.
Celebremos o Natal,
mas sem esquecer do aniversariante: Jesus Cristo. Que tal o presentearmos
agora, dando-lhe nossa vida, nosso coração?
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