sábado, 31 de dezembro de 2016

Na Linha de Chegada de 2016

Enquanto olho para  o espaço vazio na minha frente, o papel virtual, como uma folha em branco, passo rapidamente pelos meses do ano.
Não me considero velho, mas lembra-me a antiga função retroceder (rewind) dos vídeo cassetes, enquanto assistíamos às cenas ao contrário.

Final de mais um ano. 
É a corrida da vida com seus reinícios e constante preparação todos os dias.

Corremos com uma "grande multidão de testemunhas ao nosso redor." (Hb 12.1).
Há os que correm conosco e os que nem correm juntos, mas todos observam. 

Por testemunhas, Paulo se referia aos heróis da fé. Homens e mulheres de quem ele diz que "O mundo não era digno deles." (Hb 11.38).
Todos eles tornaram-se especiais, porque creram. E "Porque creram, todas essas pessoas foram aprovadas por Deus, mas não receberam o que ele havia prometido. (Hb 11.39).
Correram, mas nada receberam aqui.

Mas é como se Deus tivesse em mente uma corrida de revezamento, onde um sucede o outro.
Então veja que privilégio Deus reservou para nós: conosco, estes heróis da fé serão aperfeiçoados. 
A partir de nós a história será outra. Isto é um privilégio mas também responsabilidade.
"Pois Deus tinha preparado um plano ainda melhor para nós, a fim de que, somente conosco, elas fossem aperfeiçoadas." (Hb 11.40).

Eles tiveram que se contentar com uma visão de Deus aqui ou ali, mas nós o vimos. Nós "Vimos a sua glória, glória como do Unigênito vindo do Pai, cheio de graça e de verdade." (Jo 1.14). Porque Deus veio morar conosoco!

Eles iam à presença de Deus, limitados e sempre através de alguém que o intermediasse. Nunca no lugar mais íntimo. Mas nós, através de Jesus, "temos livre acesso a Deus em confiança, pela fé nele." (Ef 3:12). Hoje, com ousadia podemos "entrar no Santo dos Santos pelo sangue de Jesus, por um novo e vivo caminho que ele nos abriu" (Hb 10:19,20).

Eles desfrutaram da presença de Deus nalguns encontros, viram sua glória em manifestações como na tenda do Encontro ou no Templo. Mas nós somos templo do Espírito Santo (1Co 6.19). E quanto conforto quando lemos: "Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e meu Pai o amará, e viremos para ele, e faremos nele morada." (Jo 14:23)

O sucesso, o chegar bem, envolve deixarmos "de lado tudo o que nos atrapalha e o pecado que se agarra firmemente em nós". (Hb 12.1).
Isto permite que "continuemos a correr, sem desanimar, a corrida marcada para nós." (Hb 12.1).

Vencemos mais um ano, contrariando às previsões mais negativas. Um tempo diferente, onde se quebraram muitos modelos (paradigmas), que entrou para a história.

A corrida continua, "corramos com perseverança a corrida que nos é proposta, tendo os olhos fitos em Jesus, autor e consumador da nossa fé." (Hb 12.2). 

Com ele não só é possível chegar, mas chegaremos bem.

A Jesus a honra, a glória e o poder para sempre!


Carlos R. Silva
31 Dezembro 2016

terça-feira, 27 de dezembro de 2016

Jesus, o Deus Empático

Diferente de qualquer outra divindade, não é difícil aproximar-se de Jesus.
O que é que causa esta empatia?
O que tem de tão familiar na pessoa de Cristo?

John Stott escreveu que “Jesus não é Deus disfarçado de homem, tampouco homem disfarçado de Deus”. Ele é Deus e homem em qualquer lugar e em qualquer tempo.

Como homem, é possível dizer a idade de Jesus quando foi circuncidado (oito dias), quando dialogou com os mestres e doutores no templo (doze anos) e quando começou a pregar (trinta anos).

Como Deus, não há lugar para qualquer suposição a respeito, pois Jesus “é antes de todas as coisas” (Cl 1.17) e está fora do tempo, embora dentro da eternidade (Jo 1.1-3).

Como homem, Jesus teve fome, sede, sono, canseira, passou por privações, chorou, orou, pagou impostos e foi tentado do mesmo modo que nós.

Como Deus, Jesus está acima das leis cósmicas, e não debaixo delas, e tem tudo em suas mãos pois foi lhe "dado todo o poder no céu e na terra." (Mt 28.18).

A Jesus a glória, a honra e o poder para sempre!


Carlos R. Silva 27 Dez 2016



Adaptação de "Jesus não Finge que é Deus nem que é Homem", Refeições com Jesus, Ed Ultimato

segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

Reflexões Sobre o Natal

Numa modesta estrebaria em Belém da Judeia, um evento inusitado.
Não havia lugar para ele na hospedaria, no palácio de Herodes, nas escolas filosóficas, no suntuoso templo nem na sociedade de então.
Assim, num cocho, no comedouro dos animais ele foi colocado.
Ele toma emprestada a manjedoura anunciando que este rei, o Rei da Glória, vem para um reinado de paz, justiça e humildade.
Despiu-se da sua condição de Deus, torna-se servo, homem e humilha-se.
Era o anúncio de como Deus toma a condição humana para si, porque ele não se valeu nem se escondeu atrás da sua divindade. Tornou-se um de nós.
Foi algo tão importante na agenda de Deus que houve uma eclosão de milhares de anjos nos céus de Belém. Eles cantavam: glórias a Deus no andar de cima e paz entre os homens no andar de baixo (Lc 2.14).
A esse evento e a esse dia, dá-se o nome de Natal.
Quando chegou a data certa, o Verbo “se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória” (Jo 1.14).
Exatamente aí, Jesus entra no tempo e torna-se visível e palpável.
Referindo-se a esse evento, Paulo escreve: “Vindo, porém, a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para resgatar os que estavam sob a lei” (Gl 4.4).
Ao tomar forma a humana, o Verbo não deixa de ser o Verbo, não deixa de ser Deus, não deixa de ser eterno.
Ele apenas torna-se igual a nós, vira gente, humaniza-se.
E assim, o que para o homem era impossível, chegar a Deus, tornou-se viável.
Deus fez o caminho inverso.
O Eterno entrou no nosso tempo.
O Infinito entrou no espaço.
O Santo veio aos pecadores.

A Jesus a glória, a honra e o poder para sempre!

Carlos R. Silva
25 Dez 2016



Adaptação de "Jesus Entra no Tempo", Ed Ultimato, Refeições com Jesus